sexta-feira, 27 de junho de 2014

COMO GANHAR DO CHILE - Manual para o Felipão - parte III

Nessa parte 3, mostrarei como montaria o time do Brasil diante a previsão que espero para a seleção chilena.

"MEU" BRASIL


Após a análise individual de cada jogador, nada mais justo de que traçar ideias de jogo coletivas para eles, já que uma equipe não se encaixa se não tiver táticas que relacionem os seus jogadores. Para que possamos fazer isso, temos que ver quais são os pontos fortes e fracos de cada equipe. Começarei pela nossa:

MODELO DE JOGO BRASILEIRO

Dizem que o entrosamento leva a melhora de uma equipe, e no caso do Brasil isso é bem evidenciado. Já estamos a praticamente 1 ano com a mesma escalação inicial, o que infere em jogadores já conseguirem entender o raciocínio do outro e a ideia do treinador. Começarei analisando o jeito de defender da seleção:

1) MODO DE DEFESA:

a) Na saída de bola do adversário:


Nesse desenho acima, fica mais facil de representar o modo que a seleção gosta de marcar a saída de bola adversária. Quando a bola atinge a intermediária defensiva adversária, os jogadores de frente sobem seu posicionamento e obedecem a regra dos encaixes. Seja lá por onde o adversário esteja saindo, o objetivo é pressionar o portador da bola e, em forma de encaixe individual, cerrar a marcação nos mais próximos, sem se preocupar com guardar posição. Se o jogador adversário se desprende, o jogador encaixado NA DETERMINADA JOGADA vai junto. Esse padrão de comportamento é feito normalmente pelos jogadores de frente, já que a linha defensiva obedece rigorosamente os preceitos de flutuação de uma linha de 4.

Contra Camarões, a equipe conseguiu fazer gols exatamente assim, roubando a bola na intermediária e atacando rápido, vide segundo gol de Neymar e gol de Fernandinho.

b) Quando o adversário passa da pressão:

Nesse momento que o adversário passa da pressão inicial brasileira, os jogadores de frente voltam muito rápido para se fechar em duas linhas, deixando Neymar e Fred a frente; Oscar fecha a esquerda, da seguinte maneira abaixo:

Felipão da liberdade para Neymar se juntar a Fred na frente, preservando o craque e sacrificando Oscar, que fecha o seu teórico lado esquerdo.  Em verde, a representação da rápida recomposição pós superação da pressão e a formação de duas linhas.

2) MODO DE ATAQUE:

a) O ataque rápido: Esse tipo de ataque consiste em roubada de bola e chegada ao gol em poucos toques ou então toques rápidos, como podemos ver no gol de Fernandinho contra Camarões.  Oscar roubou bola, entregou em Fernandinho, que deu no pivô de Fred, devolveu em Oscar, Fernandinho, gol. Tudo isso numa trama de 4 segundos. Brasil gosta desse tipo de jogo, já que assim sufoca o adversário, complica a vida dele e faz gol sem precisar trabalhar muito a bola. Quando tem que se situar no campo adversário, se complica. Brasil se sente bem mais confortável trabalhando em transições.

b) O ataque direto: Como já havia postado anteriormente, uma das jogadas mais comuns é a diagonal longa dos zagueiros ao ponta oposto, buscando as costas do lateral adversário. Isso será de extrema importância contra um Chile de defesa de estatura baixa e que joga avançada. Portanto, não achem que o Brasil está dando chutão por falta de qualidade. É estrategia de jogo!

Fonte: Painel Tático do GE

c) O ataque organizado: Brasil, quando é forçado a entrar nessa fase, se complica. Quando precisa trabalhar a bola demais, relaxa, fica estagnado e erra muitos passes. Definitivamente um time de transições, basta ver como foram os gols até agora. Roubada de bola no meio campo/intermediária avançada, defesa adversária em fase de recomposição e gol.

COMO VOCÊ MONTARIA A EQUIPE???

Após a analise de cada um e do jeito de jogar da seleção Brasileira, temos que montar a equipe e destacar no que devemos ficar atentos:


Primeiramente, vamos ao jogador chave deles. Alexis Sanchez, atacante do Barcelona. Ídolo chileno, está numa fase espetacular e bem diferente do que era. De goleador, passou a garçom da equipe, sendo que nos ultimos 5 jogos, deu 7 assistencias a gol. Tudo na mesma área que demarquei em volta dele no quadro. Ele atrai o zagueiro adversário, recua até o espaço demarcado, faz o giro muito rápido e lança no jogador que entra naquele espaço, seja Aranguiz, Vidal, Vargas. É jogada manjada e há de se ficar de olho. Além disso, gosta muito de tramar jogadas com Isla por ali, sendo o lado direito da equipe o mais forte. David Luiz tem que chegar junto e saber muito bem a hora de sair da linha defensiva, pois pode ser armadilha.

Outro jogador a se observar é Eduardo Vargas. O ex-jogador do Gremio muitas vezes some do jogo, mas quando aparece é fatal. Gosta muito de explorar as costas dos volantes e o espaço entre o zagueiro e o lateral direito da equipe. Faz o facão em diagonal e Sanchez o deixa na cara do gol. Veja esse lance abaixo:

Vargas, mais avançado a esquerda, entra em diagonal e recebe o passe açucarado de Sanchez. Quase sai o gol chileno! Maicon, Thiago Silva e Luis Gustavo tem que ficar de olho nessa movimentaçao.

Além da dupla de ataque, a dupla de volantes é de extrema qualidade física e técnica. Chegam com muita força a área adversária e aparecem de frente para o gol, aproveitando o espaço que o centroavante deveria ocupar. Aranguiz cai mais pelos lados, tabela com Valdivia e entra pelo bico da area. Vidal é mais fisico e aparece de tras para cabecear, alem do potente chute que possui. Luis Gustavo, Oscar, Fernandinho e Ramires terão de ter muita atenção com as chegadas desses dois de trás, que quando chegam sao fatais. A vitória pessoal contra eles será fatal para o domínio do meio campo.

Quanto aos laterais, gostam muito de apoiar. Isla e Mena chegam muito na frente, dando amplitude a equipe. Marcelo principalmente tem de ficar de olho, pois a movimentaçao de Sanchez atrai os LE's para fora da posição e Isla sabe exatamente o timing de explorar isso. Como Diaz fica mais preso, lançam-se juntos ao ataque. Contra-ataques nas costas deles pode ser uma boa solução. Bolas diretas para disputar no aéreo com eles tambem é interessante, por serem baixos, desde que no momento certo.

Gostaria de reservar um parágrafo especial aos dois que qualificam a posse chilena. Diaz e Valdivia. O primeiro organiza o jogo desde trás, faz o jogo fluir e é o maestro da metade defensiva chilena. Tem uma tomada de decisão muito boa e um lançamento longo de muita qualidade. Se não for marcado em cima, o jogo deles fluirá com muita facilidade. Já o segundo os brasileiros conhecem e bem. Se deixar livre, ele bota quem ele quiser na cara do gol. Tem um último passe diferenciado, principalmente no espaço entre zagueiros e laterais adversários. Se movimenta, sai da sua posição e busca jogo sempre quando pode!

O PONTO FRACO DELES


A dupla de zaga chilena Medel e Jara é firme no combate, mas sofre nas bolas aéreas e peca muitas vezes em posicionamento. A opção de Sampaoli se dá pelo fato de que ele prioriza zagueiros que saibam trabalhar bem com a bola no pé, nem que tenha que improvisar outros jogadores para tal (Medel é volante de origem). Dos tres gols que Chile tomou na copa, dois foram de bola aérea. É o ponto fraco claro da defesa chilena. Trabalhar a bola parada será de extrema importancia, pois é uma boa mina de ouro para fazer gols.

Além disso, pressiona-los bem firme na saida é interessante. Por saberem manejar a pelota, deixa-los livre é dar campo para a Roja e pedir para ser dominado. No jogo de novembro, fizemos o primeiro gol assim. Pressionando Gonzalez, erro de passe, dois toques, gol de Hulk. 

QUANTO AS ESCOLHAS DO QUADRO....

Percebam que eu faria várias mudanças, mas não mudaria o jeito de jogar. Exigiria mais intensidade, gás, coisa que sobrou na Copa das Confederações e faltou nessa primeira fase. A marcação tem que ser firme, o sufoco na intermediaria adversaria e a vontade tem de estar presente sempre.

Para ganhar mais intensidade, tiraria os jogadores que estão mais dispersos da equipe e colocaria outros que, saindo do banco, se mostraram bem mais ligados. Na lateral direita, Maicon é mais firme, forte, melhor desfensivamente e mais ligado que Daniel Alves. No meio Fernandinho seria melhor opção que Paulinho, que anda muito preso e se escondendo muito do jogo tanto defensivamente como ofensivamente, além de ser mais forte fisicamente pro combate contra Vidal. Entraria com Ramires no lugar de Hulk para dar velocidade aos contra-ataques, mais liberdade a Neymar e mais número no meio, que precisará ser disputado na unha contra os chilenos. 

Neymar tem que buscar jogo mesmo, mostrar que é o protagonista e ganhar no 1 x 1 seus adversários. Medel se estressa fácil, jogar em cima dele é bem interessante. Oscar tem que manter o pique no ataque que ele tem na defesa. Tem qualidade e pode fazer mais! Colocaria Jo no lugar de Fred, pois participa mais do jogo, se movimenta mais, faz melhor o pivo e é melhor nas bolas aéreas contra a fraca defesa chilena

Enfim, depois de escrever muito, pude resumir como eu entraria pro jogo contra os chilenos. Felipão, da uma lida aí que esse dossiê tá para lá de completo! Disfrutem a leitura. Comentarios sao sempre bem vindos!











quinta-feira, 26 de junho de 2014

COMO GANHAR DO CHILE - Manual para o Felipão - parte 2

Nessa parte 2 da minisérie, farei uma análise de cada jogador da seleção, segundo sua função que vem cumprindo/deveria cumprir e segundo o sistema de Felipão.


ANÁLISE DOS JOGADORES BRASILEIROS



1) Julio Cesar: Goleiro que, apesar de toda a desconfiança da torcida, vem fazendo tua parte. Tem certa dificuldade em chutes de longa distancia do adversário.

2) Daniel Alves e Marcelo: Laterais de ímpeto ofensivo, tem nos avanços, tanto a linha de fundo, como em diagonal, o seu forte. O segundo vem fazendo uma Copa bem segura, participando bem das tramas ofensivas e não dando espaços as suas costas, fazendo todos os fundamentos táticos de lateral de maneira bem correta (basculação, gerando amplitude, etc). Já o jogador do time catalão vem fazendo uma Copa bem abaixo do esperado. Erros constantes de passe, subidas de pressão na hora errada (como no gol da Croácia) e decisões táticas equivocadas vem marcando o torneio de Dani. Maicon seria uma opção melhor para o corredor, devido a experiencia e a melhor tomada de decisões.


3) David Luiz e Thiago Silva: Dupla de zaga muito segura, firme e pelo visto bem entrosada. Jogam em cobertura, saem corretamente para cobrir espaços fora de tua região original (em combate nas zonas do lateral e do volante) e dominam as bolas aéreas. Além de manejarem a pelota no pé bem na saída de bola, ambos tem o recurso de lançarem muito bem bolas longas. Contra o Camarões por exemplo, foram orientados a usarem e abusarem disso, já que os africanos jogavam em linha alta. Pode ser interessante contra o Chile, que joga em linha alta e tem zagueiros baixos.

No quadro acima, esquematizei os lançamentos longos (que não são chutões) da dupla de zaga, o chamado "Ataque Direto". O mais utilizado é a diagonal longa, em que o zagueiro busca o ponta do lado oposto, lançando no espaço entre o lateral e o zagueiro adversário, esse preso pelo pivô de Fred (em vermelho).  A utilização desse recurso contra times de linha defensiva alta, como Camarões e Chile, é uma ótima estratégia, só que para dar certo, precisa que os receptores tenham boa percepção de jogo de costas (o que falta a nossos pontas) e boa matada de bola.

4) Luiz Gustavo: Gostaria de reservar um parágrafo só para ele. UM ACHADO DO FELIPÃO. Primeiro volante de qualidade ímpar. Desce entre os zagueiros para fazer a saída de bola ficar mais fácil (veja abaixo), tem ótima noção de decisão sob pressão adversária, faz a cobertura dos laterais de maneira bem correta (inclusive, limpando e muito a barra de Dani Alves com os espaços que vem deixando) e sabe quando sair de sua posição para realizar a contenção do ataque adversário numa zona fora de seu espaço.

Esquematização da saída de bola brasileira: zagueiros abrem ao lado, Luis Gustavo aprofunda seu posicionamento e se torna o eixo das ações e laterais sobem. Quando não se usa do jogo direto dos zagueiros, Oscar/Neymar buscam atrás o jogo e logo acionam o jogador aberto (lateral/ponta)

5) Paulinho: Peça chave na Copa das Confederações, tinha em seu forte o vigor físico, a explosão de subida e a capacidade de romper as linhas desde trás com suas arrancadas. Chegava muito na área, dando opções a bola aérea brasileira. Quando podia, gerava opção pelo meio para os laterais para facilitar fluidez do jogo. Só que está longe de estar cumprindo bem essas funções. Não fez boa temporada no Tottenham e entra muito disperso no jogo. Pouco aparece dando oferta de passe e parece meio perdido em saber quando participar do jogo com a linha de 3 a frente e quando dobrar na contenção com Luis Gustavo. Fernandinho vem em melhor fase, tem mais equilibrio no movimento de sobe-desce, tem características complementares a de Luis Gustavo e Oscar e me parece ser melhor opção no momento.

6) Oscar e Neymar: Numa colmeia, seriam respectivamente a abelha operária e a rainha. Mesmo com a notável dispersão de Oscar em muitos momentos do jogo, quando ele está ligado o time flui. Além de alta qualidade técnica, é versátil (rendeu muito de ponta direita contra a Croácia), circula na linha de 3, busca jogo no pé de Luis Gustavo e ajuda a dobrar no lado, dificultando a vida dos laterais. Defensivamente, contribui e muito para o projeto de recuperação da pelota na intermediária adversária. Muda de atitude ( sai da mentalidade de atacar para defender) muito rápido, pressiona volantes adversários, volta alinhando com Paulinho e faz número no meio. Já Neymar preciso de poucas palavras para defini-lo: craque do time, circula em todo o campo, roda com Oscar na esquerda, acha os espaços com facilidade e, posicionado mais centralizado, consegue estar sendo mais vertical em direçao ao gol, não a toa, é o artilheiro do campeonato.

Nesse quadro, mostrei o quanto Neymar é o centro das ações na seleção Brasileira. Tem liberdade para buscar a bola atrás,  circula na intermediária adversária e parte pelo meio arrancando e rompendo linhas adversárias.  Se sente mais confortável vindo em diagonal da esquerda e trocando de posição com Oscar, que também gosta de buscar jogo atrás. Essa movimentação confunde adversários e dá fluidez às jogadas.

7) Hulk: Força, explosão e finalização. Esse é o resumo do futebol de Hulk, que, isolado em uma ponta, vejo que contribui pouco pro que pode fazer. Mesmo entrando em diagonal e dando opções interiores, fica muito forçado a buscar a linha de fundo, seja lá pelo lado que esteja, onde cria pouco. Se fosse encorajado a buscar posições mais centrais, poderia ajudar muito mais, encostando em Fred e trabalhando de frente para o gol. Em má fase, não o colocaria nesse jogo contra o Chile. Creio que Ramires viesse a contribuir mais, agregando número ao meio campo e aumentando velocidade ás reações brasileiras.

8) Fred: Centroavante nato, se posiciona muito bem, mas está em pessima fase. Nulo em campo, não vem acertando pivos, anda perdendo todas as bolas no alto e errando muitos passes, além de não estar fazendo gol. Contribui defensivamente preenchendo espaços, mas falta intensidade. Tem fato de gol, mas Jô seria melhor opção, já que ganha mais no alto, aparece mais pra jogo e abre espaços com movimentações. Time fica mais fluido com ele.

9) Reservas: Citarei os mais utilizados. Maicon tem mais explosão física que Dani Alves e mais obediencia tática. Fernandinho, já citado, tem melhor balanço nas subidas e está em boa fase. Hernanes retem mais a bola, faz o jogo girar e dá mais opções centrais. Willian tem muita qualidade técnica, gosta de buscar a diagonal, de colar a bola no pé e explorar os espaços dados pelos volantes adversários. Bernard alarga o campo, busca a linha de fundo e dá mais velocidade e intensidade a pressão na saída. Boas opções que podem dar um maior leque a Felipão.

Ainda hoje, postarei como eu montaria a seleção e como faria para anular as forças chilenas, explorar os defeitos deles e esconder nossos defeitos. Boa leitura!






quarta-feira, 25 de junho de 2014

COMO GANHAR DO CHILE - Manual para o Felipão (PARTE I)

Há um tempo atrás, um certo cidadão vulgo eu resolveu começar a escrever uma série de postagens dissecando a seleção chilena de Sampaoli. E o destino foi engraçado, já que posicionou essa equipe frente a frente com a nossa seleção. Nesse post, mostrarei que pontos fracos o técnico brasileiro deve explorar nos andinos e que pontos fortes ele deve anular. Disfrutem da leitura!

COMO GANHAR DO CHILE - MANUAL PARA FELIPÃO

PARTE 1: OS TIMES

Para poder elaborar uma estratégia, antes de tudo deve-se conhecer quem você é, para depois conhecer quem se está enfrentando. Abaixo, um breve resumo de como são cada uma das seleções que se enfrentarão.

BRASIL

Felipão preferiu manter o time campeão da Copa das Confederações, que foi soberano contra a toda poderosa Espanha. Normalmente, quando se estabelece uma base, vê-se como algo positivo, entrosamento, time unido, etc. Só que não para esse caso. Faltou senso ao perceber que apesar de tudo, o momento do jogador é algo de extrema importância. E isso foi negativo para muitas peças chaves do sistema, representado abaixo:


Com um 4-2-3-1/4-1-4-1 dependendo do posicionamento de Paulinho, combate na intermediária avançada, encaixes por setor e muito volume de jogo, Brasil terminou 2013/2014 como maior força entre as seleções no momento. O então momento dos jogadores facilitava a fluidez desse modelo de jogo. 

Só que a temporada não foi muito boa para muitas dessas peças: Paulinho não foi nem sombra no Tottenham o que era no Corinthians, Oscar muitas vezes banco no Chelsea, Dani Alves em franca queda, Marcelo convivendo com lesões. Isso fez com que o time perdesse a principal característica que o levou ao titulo do ano passado:  a intensidade. Podemos perceber um time muito mais preso nos amistosos e nesse inicio de Copa. Pouca movimentação, muitos erros de passes e dependência grande do craque Neymar. Além disso, notou-se um claro abuso nas ligações diretas dos zagueiros aos pontas. Sabe-se que esse é um ponto forte da nossa dupla de defesa (o lançamento), só que nossos atacantes não tem na recepção de bola aérea o seu forte.

Em compensação, ganhamos na imprevisibilidade da movimentação de Neymar. Com o posicionamento mais centralizado, por opção de Felipão (ou então Parreira?), ele tem mais liberdade para aparecer e protagonizar no time. Ideia boa, se tivéssemos alguém para fazer aquela função na esquerda como ele vinha fazendo. Bernard poderia ser esse nome, mas foi outro que não fez boa temporada.


Com as mudanças na última partida, a entrada de Fernandinho do lugar no inoperante Paulinho e Ramires, bem mais ativo que Hulk, talvez consigamos nos aproximar da intensidade que tivemos ano passado. A saída de Daniel Alves do time titular, muito mal nessa Copa, é essencial. Nao contribui na frente e atrapalha atrás.

CHILE

A equipe do argentino Jorge Sampaoli teve um rumo muito parecido com a Brasileira. Um 2013 sensacional, auge de seus jogadores e do entrosamento da equipe. Só que lesões e más fases atrapalharam e muito o fã de Bielsa. Vidal, o craque, passou por uma artroscopia. Valdivia, o pensador, não engatou. Vargas, inconsistente no Valencia. Em compensação o craque Sanchez melhorou e muito, e no Barcelona, fez grande temporada. E o time, como vem?


Num 3-1-4-2 de estilo claro, firme e fiel a ideia de Bielsa, Sampaoli exige de seus jogadores que exerçam pressão em todos os setores do campo, intensidade além do normal, gosta da bola e ataque a qualquer custo. A diferença de Sampaoli para seu antecessor é que o time atual sabe reter mais a posse do que o anterior, que era mais direto. Diaz, Valdivia e Sanchez contribuem e muito para que a bola circule limpa pelos dois lados. Os zagueiros sabem sair jogando e se sentem confortaveis quando recebem a pressão. O goleiro Bravo, sabe jogar com os pés e tem ótima visão de jogo, não a toa foi contratado pelo Barcelona.

Gosta de variar sua formação, usa muito o 4-4-2 losango tambem quando usa Valdivia e no abafa, coloca um centroavante e abre os dois do ataque. A versatilidade dos jogadores é muito grande e a qualidade técnica tambem.

Quanto ao ataque, Sanchez e Vargas gostam de penetrar em diagonal no espaço entre o lateral e o zagueiro adversário, de onde fazem muitas jogadas. Valdivia, o falso 9, entra pouco na área e busca espaços na intermediária avançada para dar seus passes açucarados. Vidal e Aranguiz, junto c os alas, chegam de trás dando vigor físico aos ataques chilenos.

Nos próximos posts, avaliarei aprofundamente como cada equipe deveria se portar para explorar melhor os defeitos do adversário e abusar de suas qualidades. Primeiro, farei o Manual de Como Ganhar o Chile para o querido Felipão. Depois, o "Manual de como ganar a Brasil" para Sampaoli. Abraços!