VASCO E
ADILSON BATISTA: O QUE ESPERAR?
Foi
muito engraçado o fato de que algumas horas após a minha ultima postagem,
Dorival ter sido demitido. Para o seu lugar, contrataram o cara que de início não
me era de agrado, mas que depois de um pouco mais de estudo meu sobre ele, me fez
ter um pouco de esperança. Adilson Batista, ex-zagueiro de Gremio e
Corinthians, ex-treinador do bom Cruzeiro de 2009, esse que analisarei nesse
post também, dentre outros times.
Adilson,
devido as suas experiências um tanto diferentes, foi apelidado por muitos de “professor
Pardal”, uma alcunha pejorativa e um tanto parcial da imprensa. Teve um bom
inicio entre times notáveis no Gremio em 2003, salvando o time do rebaixamento,
pegou um Figueira ferrado a beira da degola, salvou o time em 2005 e montou
inclusive uma boa base pro bom time que viria no biênio 2006-2007; em 2008,
assumiu o Cruzeiro, onde faria o seu principal trabalho, chegando ao vice da
libertadores em 2009 e montaria um time muito veloz e bonito de se ver.
Fonte: Esquemas Taticos
O Cruzeiro de Adilson: rápido na proposta de subida em bloco
Depois
disso, acumulou fracassos. Em 2010 assumiu um Corinthians após a ida de Mano
Menezes para a seleção e não conseguiu fazer nada com a boa base que tinha. Em
2011, fracassou com um Santos com Neymar, Ganso e Cia. Viria a ter insucessos também
no São Paulo no mesmo ano e no Atletico Paranaense, fazendo com que ele
entrasse no rol dos técnicos sem futuro no país. Atritos com xodós, problemas
com a imprensa, salário alto, falta de respaldo e antecessores com bons
trabalhos foram alguns dos n motivos que explicam os consequentes fracassos de
Adilson.
Chegou
2013, após mais um fracasso no Figueira e assumiu um Vasco da Gama destruído, a
beira do descenso, totalmente sem credito, apático e vindo de derrotas seguidas
com Dorival Junior. Logo em seguida, em sua coletiva de apresentação, demonstra
muita confiança na permanência na serie A e traz uma energia diferente que o
clube não tinha desde os bons tempos de 2011.
O
que o Vascaino pode esperar de Adilson? Posso dar-lhes a resposta, ao menos,
taticamente. Não cheguei a ver o jogo contra o Coxa, mas lendo algumas analises
e vendo pedaços da partida já deu pra ter alguma conclusão do que o novo
técnico pretende.
Nos
treinos e no jogo, andou adotando o 4-5-1 com triangulo de base alta, com a
seguinte formação abaixo:
Nada
muito não parecido com o que o Dorival vinha escalando, porem já podemos notar algumas
peculiaridades e dedos do novo treinador:
1)
Podemos notar uma grande compactação nos setores, coisa que com Dorival vínhamos
penando. Vasco defendeu com muita eficiência.
2)
Laterais tiveram mais liberdade para subir, característica dos times de
Adilson. Podemos notar as boas subidas que a dupla de alas Fagner/Yotun deram.
3)
Time mais estável e mais aguerrido psicologicamente. Pode-se perceber que a marcação
estava mais forte e os jogadores entravam com mais vontade nas dividas. A marcaçao nao estava tão "passiva" como viamos com Dorival.
4)
Time trabalhou em bloco defensivo médio-baixo assim como com Dorival, mas
obteve melhor rendimento nos contrataques, que eram falhos com o antecessor. Time demorava pra roubar a bola, e quando roubava priorizava a circulaçao lenta dela ou entao o uso dos pontas isolados, que sempre acabavam encaixotados na marcaçao adversaria e perdiam a bola.
Quatro bobeirinhas, mas que já fazem grande diferença. Outro fator que me chamou a atenção
é a capacidade de Adilson em explorar a versatilidade de seus jogadores e de
seu elenco, o que potencializou as tão chamadas “pardalices” pela imprensa. Primeiramente,
com a lesão de Juninho, quando todos esperavam a entrada de alguém mais
avançado, Adilson apostou na entrada de Abuda, um primeiro volante. Após a entrada
dele, Ken entrou no jogo, fez ótima partida na função de Juninho, que apesar de
ser a estrela, vem tornando o Vasco previsivel e Abuda anulou o craque deles,
Alex. Veja abaixo a diferença:
Na
volta pro segundo tempo, uma substituição mais interessante ainda. Com o pouco
rendimento do meia Francismar, Adilson apostou na entrada do zagueiro Renato
Silva em seu lugar, o que fez todo mundo pensar qual foi a “pardalice” da vez.
Uma medida arriscada, porem lógica e inteligente. Vasco sofria com os ataques
nas costas do Fagner, com isso, o técnico preferiu colocar um zagueiro-lateral
por ali pra ficar preso a marcação de Vitor Junior, que vinha bem e liberou o
lateral direito naquele setor. Ao contrario do que muitos pensam, Vasco jogou
com uma “falsa” linha de 4, como podemos ver abaixo. (OBS: Muito interessante
isso vir logo após a minha sugestão da linha de 3-4 híbrida na ultima semana,
fico feliz em ver que há treinadores com essa visão):
O
problema na marcação na lateral foi resolvido, Renato anulou Vitor Junior, só
que junto disso veio um recuo absurdo do time. Há motivos:
1)
Psicologico ainda fraco
2)
Apostou num Ken lento mais a frente pra trabalhar nos contrataques, o que não é
bom
3)
Necessidade de defender a qualquer custo o resultado
Talvez
ter apostado, com a lesão do Fagner após o segundo gol, numa entrada do menino
Thalles, para reter a bola na frente com mais firmeza e deslocado o Marlone
para a direita, ao invés de por o Reginaldo, não teríamos sofrido tanto.
Teriamos aberto nas pontas jogadores velozes para o contrataque (Edmilson e
Yotun na esquerda; Marlone na direita), não dependeríamos tanto de um Pedro Ken
morto e teríamos tido mais tranquilidade com a pelota no pé, sem tomar tanto
sufoco. Veja abaixo:
Esse
primeiro jogo deu pra ver uma palha do que será o Vasco de Adilson: lutador,
marcador e objetivo. Como o próprio disse, “1 a 0 é goleada”. Mas como o
importante é o resultado, vida que segue. Que a vitoria nos ponha nos trilhos e
nos faça retomar o caminho rumo a permanência na serie A! Boa sorte Adilson!
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